terça-feira, 9 de setembro de 2008

(...)

EU VI, MAMÃE, A BAILARINA PAROU DE DANÇAR;
NÃO, NÃO FOI A SAPATILHA, NÃO FOI.
VI MESMO, VI UMA LÁGRIMA NO ROSTO DA MENINA;
NÃO SENHORA, O CISNE AINDA NÃO MORRIA.
FORAM AS MÃOS PEQUENAS DELA, MAMÃE,
ME DISSERAM QUE ELA DANÇA SOZINHA E TRISTE;
MAS NÃO SE PODE BORRAR A MAQUIAGEM,
POIS TODA A PLATÉIA PERCEBERIA
QUE ESSA MÚSICA ELA NÃO SABE DANÇAR.

( LENO VERAS )

A POESIA

Tão viva na pele mais fina
A poesia.
Não me separa do mundo
Nem me torna mais santa
Talvez, não me torne, também, mais sã.
Torna-me,
A cada tentativa de encontro com o divino,
Mais humana.

É o café mais forte
Do pó de versos outros,
Versos de outrem,
Ou versos de outrora
Adoçados no açúcar mais suave das alegrias
Ou deixados no amargor triste das dores,
A poesia.

É colorida das cores com ou sem nome
É preta e branca das mãos extremas
Que se tocam
Entremeiam-se.
Poesia é a cor única que perpassa o mistério da vida.

Poesia...
É onde repouso e de onde me levanto
É quando abro os luzeiros de minha face
E ilumino o andar dos pés.

Poesia...
É estação de trem
É cada paisagem da pequena janela para o mundo
É cada chegada e cada partida.

Poesia...
É onde mora o infinito
É, talvez, todo lugar em que eu não consiga pontuar,
É reticência.

Poesia é, por fim, e no início do começo para a eternidade,
Todo abraço em que não consigo colocar ponto final.

( Melissa Rocha)

EL PASTORCICO

Un pastorcico solo está penando
Ajeno de placer y de contento
Y en su pastora puesto el pensamiento
Y el pecho del amor muy lastimado.

No llora por haberle amor llagado
Que no le pena verse así afligido
Aunque en el corazón está herido
Mas llora por pensar que está olvidado.

Que sólo de pensar que está olvidado
De su bella pastora con gran pena
Se deja maltratar en tierra ajena
El pecho del amor muy lastimado.

Y dice el pastorcico: "¡Ay desdichado
De aquel que de mi amor ha hecho ausencia
Y no quiere gozar la mi presencia
Y el pecho por su amor muy lastimado!"

Y al cabo de un gran rato se ha encumbrado
Sobre un árbol do abrió sus brazos bellos
Y muerto se ha quedado asido de ellos
Del pecho del amor muy lastimado.

(San Juan de la Cruz)

(...)

Moro entre o dia e o sonho.
Onde cochilam crianças, quentes da correria.
Onde velhos para a noite sentam
e lareiras iluminam e aquecem o lugar.

Moro entre o dia e o sonho.
Onde tocam claros sinos vesperaise
meninas, perdidas da confusão,
descansam à boca do poço.

E uma tília é minha árvore querida;
e todos os verões que nela se calam
movem outra vez os mil galhos,
e acordam de novo entre o dia e o sonho.

( Rainer Maria Rilke )

ORGASMASTER

Imã appeal
Simbólica e trágica
Sensualidade urbana
Hedoné no espelho
vestindo a Draag profana

Prosopopéica e carnal
Pulsão frenética casual
Vazando da fenda
Única e úmida

Tesão blindado
Lasciva atração
Vedada a sentenças
Cerejas e pimentas

Algemados em Júpiter
Eros distraído
Suados em puro linho
Interdescobrem-se
Ereções linguísticas
Conjugadas em sexêz
Polarizadas intenções habitam
Apenas Olimpo em cio!!

( Simone Núñez Reis )

Garras

eu sei, eu não sei amar
por isso te peço tempo
e uma noite para me ensinar
todos os segredos e manhas,
as diversas artimanhas
para nesse jogo entrar
Vem,me ajuda a aprender
como faço para me render
da forma que te agradavem,
me doma e afaga
acalma um pouco das garras
da selvagem que eu sou.

(Cáh Morandi)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Por Onde Andei...

Bateu-me ao rosto,
A velha brisa delicada que,
Há tempos fazia-me tanta falta.
São nostálgicas lembranças de uma década
Que ainda rasga-me o peito em euforia plena.
Ah, que saudades de ti!
De quando outrora fazias parte de miha vida,
Ou talvez por assim fingir ser por conveniência seu
dono.
A dualidade de sua via,me fez “livre”e,
Ao mesmo tempo “prisioneiro” na
Contradição que carregas em seu nome.
Em sua calçada amei e fui amado!
E por vezes ...
Gozei demasiadamente em emoções
Ao caminhar sobre o seu asfalto calejado.
Rumo ao meu amor maior.
E, só agora,
Ao me deparar com a suavidade serena
De sua brisa nostálgica.
Pude perceber o quão verdadeiramente fui feliz!
Mesmo que agora eu esteja só,sozinho...

( Alexandre Matheus )