quinta-feira, 4 de setembro de 2008

OS LUGARES COMUNS

Quando o homem que ia casar comigo chegou a primeira vez na minha casa, eu estava saindo do banho devastada de angelismo e carência.Mesmo assim, ele me olhou com os olhos admirados e segurou a minha mão mais que um tempo normal a pessoas acabando de se conhecer.Nunca mencionou o fato.Até hoje me ama com amor de vagarezas, súbitos chegares.Quando eu sei que ele vem, eu fecho a porta para a grata surpresa.Vou abri-la como fazem as noivas e as amantes. Seu nome é:Salvador de meu corpo.

(Adélia Prado)

Nenhum comentário: